Espirometria para Diagnóstico de Asma: Quando e Por Que Fazer?
- Luisa Campolina Almeida
- 31 de jan.
- 3 min de leitura
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que pode causar sintomas como falta de ar, chiado no peito, tosse e aperto no peito. O diagnóstico nem sempre é simples, pois os sintomas podem variar ao longo do tempo e se confundirem com outras condições respiratórias.
A espirometria é o principal exame para avaliar a função pulmonar e confirmar o diagnóstico de asma. Mas quando o exame deve ser feito e como ele ajuda no diagnóstico para asma?

Como a espirometria ajuda no diagnóstico da asma?
A espirometria é um teste que mede o fluxo de ar nos pulmões e ajuda a identificar padrões respiratórios anormais. No caso da asma, a doença pode levar a uma obstrução variável das vias aéreas, que pode ser detectada pelo exame.
Os principais parâmetros avaliados na espirometria são:
✅ VEF1 (Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo) – Mede a quantidade de ar que a pessoa consegue expirar no primeiro segundo de uma expiração forçada.
✅ CVF (Capacidade Vital Forçada) – Indica o volume total de ar que pode ser exalado após uma inspiração máxima.
✅ Índice VEF1/CVF – Um valor reduzido sugere a presença de obstrução das vias aéreas.
A asma se caracteriza por uma obstrução variável e reversível das vias aéreas, o que significa que a limitação ao fluxo de ar pode melhorar significativamente com o uso de broncodilatadores. É aqui que entra a prova broncodilatadora.
Papel da Prova Broncodilatadora no Diagnóstico da Asma
A prova broncodilatadora é uma etapa da espirometria que verifica a reversibilidade da obstrução das vias aéreas. Funciona assim:1️⃣ O paciente realiza uma espirometria basal, medindo o VEF1 e a CVF.2️⃣ Em seguida, inala 400 µg de salbutamol e aguarda cerca de 15 minutos.3️⃣ A espirometria é repetida para comparar os valores antes e depois do broncodilatador.
Critérios para um teste positivo
De acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) 2024, a prova broncodilatadora é considerada positiva quando há um aumento de:🔹 ≥ 7% em exames alterados🔹 ≥ 10% nos demais casos do valor previsto de VEF1 ou CVF.
Isso indica uma melhora significativa da função pulmonar após o uso do broncodilatador, um achado típico da asma.
Quando a espirometria deve ser feita?
A espirometria com prova broncodilatadora é indicada em pacientes com suspeita de asma, principalmente na presença de sintomas como:
🔸 Tosse persistente
🔸 Chiado no peito
🔸 Sensação de aperto no peito
🔸 Falta de ar, especialmente à noite ou após exercícios físicos
Ela também pode ser realizada para:
✔ Monitorar o tratamento da asma
✔ Avaliar a gravidade da doença
✔ Diferenciar a asma de outras doenças respiratórias, como a DPOC
Limitações da Espirometria no Diagnóstico da Asma
Apesar de ser um exame fundamental, a espirometria pode apresentar resultados normais em alguns pacientes asmáticos, especialmente se estiverem assintomáticos no momento do teste. Nestes casos, a análise clínica do paciente é fundamental. Exames complementares, como o teste de broncoprovocação ou a pletismografia, podem ser necessários.
Conclusão
A espirometria é uma ferramenta essencial para diagnosticar a asma e avaliar a resposta ao tratamento. A prova broncodilatadora é um componente-chave desse exame, ajudando a identificar a reversibilidade da obstrução das vias aéreas – uma característica marcante da asma.
Se você tem sintomas respiratórios recorrentes, converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar uma espirometria para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado!
📌 Referências
📖 Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia – Novas Recomendações de Espirometria 2024
📖 Overview of Pulmonary Function Testing - Kaminsky et al. (2024)
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